Água engarrafada

05-01-2011 10:00

Os Portugueses consomem anualmente cerca de 620 milhões de litros de água engarrafada, correspondendo a um consumo per capita de 66,6 l por habitante por ano, valor ligeiramente superior à média dos países da União Europeia. Em Portugal, encontrámos dois tipos de águas engarrafadas, as águas minerais naturais e as de nascente, que estão rigorosamente regulamentadas pelo Decreto-Lei n.º 156/98, de 6 de Junho, que transpôs para o direito português as Directivas Comunitárias números 80/777/CEE e 96/70/CE. Mas para uma boa escolha da água engarrafada, tem de se saber ler os rótulos.

Decifrar o rótulo

As águas minerais naturais e as de nascente estão à venda em três tipos: lisa (engarrafada tal como é captada), gasocarbónica (água naturalmente gasosa) e gaseificada (água a que é adicionado gás carbónico industrial). Seguem-se as definições de algumas designações presentes nos rótulos:

Água mineral natural

Água de circulação subterrânea, considerada bacteriologicamente própria, com particularidades físico-químicas estáveis na origem, dentro da gama de flutuações naturais, de que podem eventualmente resultar efeitos favoráveis à saúde. Distingue-se da água de beber comum pela sua pureza original e pela sua natureza (teor de substâncias minerais,oliogoelementos ou outros constituintes);

Água de nascente

Água subterrânea,considerada bacteriologicamente própria, com características físico-químicas que permitem o seu consumo no seu estado natural;

Água gasocarbónica

Água cujo teor em gás carbónico proveniente do aquífero após decantação eventual e engarrafamento é o mesmo que à saída da captação, tendo em conta, se for caso disso, a reincorporação de uma quantidade de gás proveniente do mesmo aquífero equivalente ao do gás libertado durante estas operações e sob reserva das tolerâncias técnicas usuais;

Água mineral natural gaseificada

Água que foi objecto de adição de gás carbónico de outra origem que não o aquífero de onde provém. Devido à grande diversidade geológica do território português, também encontramos no mercado grande diversidade de águas, ou seja, águas com características físico-químicas distintas, pois as águas refletem a composição das rochas por onde circularam. As águas minerais naturais que , após estudos clínicos, se concluiu terem efeitos favoráveis à saúde podem colocar nos rótulos indicações como "Estimula a digestão", mediante autorização da Direcção-geral de Saúde. Para além desta menção, é obrigatório colocar no rótulo a composição físico-química da água. A escolha das águas deverá ser feita a partir dessas características. Por exemplo,para uma dieta pobre em sódio deverá optar-se por uma água hipossalina, ou seja,com um resíduo seco inferior a 50 mg/l.

Garante da qualidade

As águas engarrafadas, cujas características permanecem intactas devido à sua origem subterrânea, que as manteve ao abrigo de qualquer risco de poluição, são por isso consideradas como tendo particularidades que as distinguem das águas de beber comuns. Para garantir a disponibilidade e características da água, bem como as condições para uma boa exploração, é fixado para cada um dos recursos o perímetro de protecção, por forma que não haja risco de contaminação dos aquíferos. Anualmente, o Instituto Geológico e Mineiro fixa um programa de controle físico-químico e bacteriológico periódico para que os organismos oficiais possam acompanhar as explorações. Também a Direcção-Geral de Fiscalização e Controle da Qualidade Alimentar e a Direcção-Geral de Saúde exercem a fiscalização e vigilância das águas engarrafadas.

Para evitar que se estraguem, refrigere as águas engarrafadas. Aconselha-se um ano de vida para o armazenamento.

 Elisabete Pereira