Adoçantes artificiais

06-01-2011 10:30

Produto dos modernos laboratórios de investigação, os adoçantes artificiais, mais correctamente designados por edulcorantes, são compostos químicos intensamente doces, mas que não possuem calorias (ou quase nenhumas). Comparada com o açúcar, a sucralose (utilizada em muitos alimentos e bebidas) é 600 vezes mais doce; a sacarina é cerca de 400 vezes mais doce; o aspartame é 180 a 200 vezes mais doce, e o acesulfame-k, ou acesulfame-potássio é cerca de 200 vezes mais doce. Os dois últimos produtos podem ser usados numa diversidade de alimentos. O ciclamato, outro adoçante não-calórico,não é permitido em alimentos processados, mas pode usar-se como adoçante à mesa.

    No que respeita à intensidade e versatilidade, cada adoçante tem os seus pontos fortes e fracos. A sacarina é barata mas deixa um sabor amargo. O aspartame não deixa mau paladar, mas perde a doçura quando aquecido ou exposto a certos ácidos. O acesulfame-k, utilizado para adoçar uma grande diversidade de produtos, pode ser também usado na cozinha.

Os benefícios: reais ou artificiais?

Os adoçantes artificiais permitem aos diabéticos saborear bebidas doces, rebuçados e até gelados sem consumir açúcar. Isto é uma vantagem, mas não uma necessidade, pois a maioria dos diabéticos tem autorização do seu médico para consumir açúcar nas suas dietas. Mesmo para o controle do peso, os substitutos do açúcar não são mágicos: muitos estudos mostram que os que fazem dieta não beneficiam de mais perda de peso pela utilização dos adoçantes artificiais, pssivelmente porque os alimentos adoçados artificialmente são ainda ricos em gorduras. No aspecto positivo, contudo, e contrariamente ao açúcar, os adoçantes artificiais não provocam cáries dentárias.

Ligação ao cancro

De acordo com mais de 90 estudos, o acesulfame-k é considerado seguro. O aspartame, em tempos suspeito de ser causador de cancro do cérebro, recebeu também certificado de saudável sem reservas, pois numerosos estudos não encontraram base para tal suspeição. Embora doses altas de sacarina tenham sido associadas ao cancro em ratos, estudos mais recentes sugerem que ela não constitui factor de risco no homem, nem é factor relevante de risco de cancro da bexiga, como outrora se temeu.

Seja sensato com os adoçantes

Os adoçantes artificiais - especialmente o aspartame - não são para todos. O aspartame é perigoso para os que sofrem do distúrbio genético FCU (fenilsetonúria), pois não conseguem metabolizar o seu principal ingrediente, o aminoácido fenilalalinina. Alguns estudos revelam que o aspartame pode também afectar crianças com epilepsia. E algumas pessoas saudáveis sob outros aspectos podem experimentar cefaleias devido ao aspartame; se suspeita ser uma delas, tente evitar o adoçante durante duas semanas para ver se as dores desaparecem. À parte os cuidados mencionados atrás, os adoçantes artificiais parecem ser bastante seguros quando consumidas em quantidades reduzidas - 40 mg de aspartame por quilo de peso do corpo é uma dose diária aceitável. (A maioria das bebidas doces dietéticas contém 35 a 40 mg de aspartame por 100 ml de líquido).

Futuro próximo

Embora não seja ainda permitido oficialmente o uso de alitame, substância 2000 vezes mais doce que o açúcar, nos Estados Unidos aguarda-se a aprovação deste novo adoçante artificial: a autorização está pendente de mais um estudo sobre animais requerido pela Administração de Alimentos e Drogas.

Atenção!

O aspartante deve ser evitado por pessoas com FCU (fenilcetonúria), crianças epilépticas e todas as pessoas susceptíveis a cefaleias devido ao aspartame.

Elisabete Pereira